Sibila Marques, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte), foi consultora científica e entrevistada no documentário da Fundação Francisco Manuel dos Santos "Longevidade - Desafios económicos e sociais". O documentário está disponível na RTP Play.
Este documentário com dois episódios, reporta dados relativos ao envelhecimento da população portuguesa, salientando o panorama económico e social atual e o seu impacto para o futuro da sociedade. São abordadas diferentes perspetivas, desde as políticas para o envelhecimento ativo, ou a silver economy (economia de prata), que engloba a produção, consumo e comércio de bens e serviços das atividades económicas relevantes para as pessoas com idade superior a 60/65 anos; até aos fatores individuais e da saúde que são relevantes nesta faixa etária.
"Quando pensamos em todos os desafios que uma vida longa nos pode trazer, eu diria que o mais importante é a manutenção de uma boa saúde." - Sibila Marques
Imagem retirada do documentário (episódio 2) © 2022 RTP e FMMS
Ainda a propósito deste documentário, Sibila participou também no podcast "Da Capa à Contracapa", onde foi entrevistada pelo jornalista José Pedro Frazão, e que contou também com a participação do economista Armindo Silva.
Em ambos os programas, a perspetiva da investigadora e psicóloga social foca-se na sua especialidade no tema do envelhecimento. Se por um lado, as pessoas tendem a referir desejar viver até aos 90 ou 100 anos de idade, por outro há uma perceção de ameaça face ao envelhecimento. De acordo com Sibila,
"É como se estivéssemos quase num paradoxo: queremos envelhecer, mas ao mesmo tempo também não queremos envelhecer."
Perante os receios das pessoas face ao envelhecimento, a investigadora informa que, a nível individual, as questões da saúde, as questões financeiras, ou o medo do isolamento social são os mais mencionados. Ao nível social, as pessoas temem muitas vezes não conseguir obter as pensões a que terão direito nesta fase da vida.
© 2020 pixelfit / iStock
"Vemos a situação do envelhecimento muitas vezes de uma forma muito negativa e até mesmo catastrófica."
No planeamento do envelhecimento ativo, parece ser necessário ter em conta a saúde mental, que tem sido alvo de crescente atenção neste pós-pandemia. De acordo com a investigadora, a saúde mental "não é um detalhe", já que a ansiedade e a depressão podem comprometer "a capacidade de trabalho de inovação, de criação" da geração ativa, comprometendo também o seu envelhecimento.
"Quando pensamos nas políticas de envelhecimento ativo como algo a longo prazo, e nos indicadores de saúde mental das nossas populações mais jovens neste momento, deveríamos pensar como estamos a promover o envelhecimento ativo destas gerações."
Este podcast, que também coloca na balança as questões económicas que pesam neste tópico, está disponível para audição no site da Rádio Renascença ou no site da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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