Minh Thu Nguyen, estudante do Doutoramento em Psicologia, defenderá a tese intitulada "Representing Energy Citizenship for Positive Energy Districts: A sociopsychological analysis". As provas públicas estão agendadas para o dia 18 de setembro de 2024, à s 10:00, na sala B327 (EdifÃcio 4) do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa. E online através do link: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/6577405335
Alterações de sala e ligação Zoom poderão ser atualizadas aqui.
Resumo
Com vista a uma transição energética com baixas emissões de carbono, a União Europeia (EU) está a promover Distritos de Energia Positiva (DPE), que produzem mais energia renovável do que consomem. A intenção é que promovam uma governação mais participativa, que descentralize e democratize as decisões sobre energia, tal como subjacente ao conceito emergente de cidadania energética. Até à data, a maioria das abordagens à cidadania energética centra-se no prosumerismo, que pode limitar os direitos, as responsabilidades e as relações dos cidadãos com a energia e o ambiente. Esta tese analisa quais as representações de cidadania energética que estão a ser promovidase negociadas nas polÃticas de DPE a nÃvel da UE, nacional e local, por stakeholders e cidadãos, através de um estudo de caso de um DPE em criação - Torres Vedras, Portugal. Para isso, esta tese usa e articula contributos teóricos da governamentalidade, da governança participativa e da psicologia social crÃtica da cidadania. Este enquadramento teórico foi aplicado com base em estudos qualitativos que examinaram a institucionalização da cidadania energética (Estudo 1 - análise de polÃticas públicas), a sua mediação por distintos grupos de interesse (Estudo 2 - entrevistas com intermediários) e a sua apropriação ou resistência por parte dos cidadãos (Estudo 3 - grupos de discussão com cidadãos e impactos psico-sócio-ambientais associados. Os resultados demonstram que uma governamentalidade neoliberal hegemónica é promulgada e reificada através de polÃticas, partes interessadas e cidadãos para promover cidadãos de energia que são indivÃduos eticamente responsáveis pela eficiência energética, excluindo da cidadania energética os cidadãos vulneráveis e as práticas energéticas coletivas. No entanto, alguns intermediários e cidadãos contestam também esta representação e propõem abordagens alternativas e mais transformadoras da cidadania energética, reivindicando a energia como um direito e um bem comum. Assim, esta tese contribui com conhecimento teórico e empÃrico para a compreensão emergente da cidadania energética.
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